10 novembro 2006

Bóbó


Não resisti a esta escrita fluída e adulta, sacado do suplemento do Correio da Manhã da autoria de Ana Santa Clara.
"Não há homem que não se pele por um bom bóbó. Atenção que eu disse bom, o que, como bem sabemos, não está ao alcance de todas. E amigas, quem não gosta de fazer, escusa de se esforçar, porque para se fazer um bom "alfinete de peito", só quem tenha verdadeiro amor à arte. E quando se lhe toma o gosto ... ai, ai que nem vos conto. Mas o cavalheiro também tem de contribuir para nos fazer crescer água na boca ! E estou a falar de uma contribuição anterior àquele momento em que, já despido ou com as calças junto aos sapatos, ele solicita o nosso "mergulho", umas vezes com palavras, os mais bruscos empurrando a nossa cabeça para baixo e os mais subtis com um sorriso guloso e um olhar malandro em direcção ao "gelado" que nos querem oferecer. Só que, caros leitores, gelados ... há muitos ! E nem todos são saborosos ! Portanto, há que preparar a "sobremesa". Isto é, se estão interessados num bom bóbó e não naqueles fretes, tipo - tá bem, que chatice, espero que não me peça nos próximos seis meses, - e com um profundo suspiro lá descem elas à "cave". E é nesta pequena palavra que reside toda a diferença. É que as caves, como imaginam, não são sítios lá muito bem cheirosos. E no tema em causa, é no cheiro que está o paladar ! Portanto, homens, só lavadinhos de fresco ! E bem limpinhos e cheirosos imediatamente antes da coisa, e não com chichi pelo meio, e muito menos com um dia de trabalho com o vosso amiguinho ali fechado dentro das calças, o que, invariavelmente, quer dizer que nos chega ao nariz (que não participando directamente no assunto, está em cima do acontecimento) o infalível cheiro a peixe podre. E isso, é que não. É insuportável ! Eliminado o entrave inicial, resta combater o problema final. O maldito do pelinho ! É que, se estamos a falar dos bons, não duvidem: não há bom bóbó sem o pelinho fatal, lá bem no fundinho da garganta, incomodativo e engasgativo, difícil de tirar como o caraças, porque os gajos são fininhos e não saem nem descem. Uma bolinha de miolo de pão, bem ensopada em saliva, para ver se à passagem o raio do pelo se lhe agarra e vai para baixo, é o truque velho mas nem sempre eficaz. Portanto, nada como cortar o mal pela raiz. Ou seja, depilação genital e ponto final. Com cera, com laser, com lâmina ou creme, tanto faz, desde que façam ... se querem que a malta o faça e bem feito !"



Gostaram ?

Comprem o livro "Gosto de homens" e apreciem a ironia fina, a irreverência mas, sobretudo, a elegância da autora ao escrever sobre temas ainda tabus.

1 comentário:

Anónimo disse...

Depilação genital??? Não é preciso chegar a tanto. Um homem deve ter pelo nos sítios certos!

Mas um homem asseado e fresquinho pode fazer verdadeiros milagres!!!!